Sete Camundongos Cegos, de Ed Young

Sempre gostei de fábulas: gosto do quanto apesar de serem as mais antigas histórias, são completamente atemporais e deliciosas de serem contadas em voz alta. Os bichos com sentimentos e determinações humanas, até as lições de moral do final de cada uma delas me agrada – aliás, lição de moral, vamos combinar, só combina mesmo é com fábula! As mais conhecidas são as de Esopo, também as de La Fontaine – mas há outras, muitas outras: “Sete Camundongos Cegos” é uma fábula indiana recontada pelo autor e ilustrador Ed Young – e é interessante demais!

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Na história, sete camundongos cegos um dia se assustam ao topar com algo muito grande e desconhecido – impossibilitados de ver, não conseguem descobrir o que poderia ser algo tão descomunal. Então resolvem que o melhor é ir um a um, verificar de perto – na segunda-feira, vai o vermelho; na terça, o camundongo verde; na quarta, é o amarelo quem se aventura (e assim vai!).

Mas cada um volta com uma resposta: para o primeiro, só pode ser um pilar. O segundo jura que é uma cobra. O terceiro não tem dúvida: é uma espada. Cada um volta determinado de que a tal coisa é aquilo que acredita – e começam então uma grande discussão, seis deles. Porque é o último, o sétimo camundongo, que resolve que o mais certo é analisar a impressão de cada um e olhar a coisa no todo…que no final das contas, não passa de um elefante.

Nas ilustrações, a gente vai acompanhando o que cada um realmente está sentindo (a pata, a tromba, as presas do elefante, no caso) e o que imagina – e descobre, junto com os camundongos, o grande elefante. Gosto dos desenhos coloridos em fundo preto – aliás, é legal de ler com os pequenos e descobrindo as cores (cada camundongo é de uma cor) e os dias da semana (cada um vai num dia!) em um contexto completamente diferente e divertido. E o livro, como uma boa fábula, termina com uma lição:

Moral de Camundongo: saber em parte pode dar uma história ótima, mas a sabedoria vem de conhecer o todo. 😉

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