um dia, um guarda-chuva…

Tá aí, um dos muitos livros novos portugueses que eu trouxe – foi o Francisco quem escolheu qual eu deveria mostrar primeiro pra vocês. Eu achei a escolha ótima – sou especialmente apaixonada pelos livros dessa editora, a Planeta Tangerina. Já falei de alguns por aqui como Meu Vizinho é Um Cão, meu livro do coração (rimou). Esse aqui, Um dia Um Guarda-Chuva… conta a história de (obviamente) um guarda-chuva:  aquela história, quem nunca perdeu um guarda-chuva nessa vida?

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Quando li com o Francisco pela primeira vez, me lembrei do meu avô. Ele volta e meia contava uma história de um guarda chuva de estimação que ele tinha (pois é, ele tinha uns objetos esquisitos de estimação: guarda-chuvas, pijamas, tranqueiras do Fluminense). Era um guarda-chuva preto, comum – mas ele gostava tanto do dito cujo que amarrou uma fita colorida no topo dele, para nunca perder. Mas um dia perdeu, esqueceu no trabalho, na época o IAPI. Alguns dias depois, saindo de lá, caía uma chuva daquelas – um colega veio de guarda-chuva perguntar se ele queria carona. Ele aceitou, prontamente. Quando olhou para cima, lá estava a fitinha. Vô Walter, tímido como era, não teve coragem de exigir seu guarda-chuva de volta, coitado, mas ficou muito brabo.

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A história desse livro é outra porque o final é mais feliz, mas é a mesma: a história de um guarda-chuva perdido que troca de mãos. Começa assim: um senhor de cachimbo esquece do guarda-chuva dentro do ônibus. Em seguida, uma senhora o encontra e usa para afugentar um ladrão de carteiras; logo depois um jogador de golfe também faz uso do bendito acessório, depois um equilibrista, um soldado…o guarda chuva passa por diversas mãos e situações. O mais bacana é que em cada página a gente já consegue identificar os elementos da ação que está por vir – é só prestar um pouquinho de atenção. O ladrão que se esconde em um canto, os gatos que espreitam (e depois usam o guarda-chuva como barco).

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O final é mais feliz do que o do guarda-chuva do vô Walter, dando uma volta completa e muito inusitada até retornar ao seu dono inicial. O livro é escrito pelo suíço Davide Cali (foi ele quem também escreveu O que é o Amor, lembram?) e ilustrado por Valerio Vidali – aliás, vai por mim e dá uma olhada no site dele, as ilustrações são de tirar o fôlego. As do livro são assim também, sensacionais. Uma bem boa notícia pra terminar: o livro foi editado no Brasil também, pela Tordesilhas, e é bem fácil achar online. O preço varia de 15 a 28 reais, então vale dar aquela pesquisada. 😉